Fiquei pensativa após ver um filme no Netflix e comecei a pensar a respeito da frase ” eu te amo”. Mas é tão somente a respeito do poder sobre nós quando a ouvimos.
Nunca havia pensado no potencial que estas 3 palavras tem para desmascarar, desnudar e trazer à tona o melhor e o pior de nós, e até de despertar a parte mais cruel ou a mais terna, precisamente quando a máscara de qualquer um cai. A sua, inclusive!
Ninguém é indiferente à esta frase. De um jeito ou de outro nós nos mostramos como somos diante daquele a quem, naquele momento, julgamos frágil e fraco. Dizer “eu te amo” é dar poder absoluto à alguém e diante de tanto poder, todo mundo tem uma reação.
” Você quer conhecer uma pessoa? Basta dar poder a ela!”.
Decidi então trocar umas ideias com meu amigo psicólogo Aluizio Vidal, com quem tenho conversas assim, como que buscando reforçar minhas compreensão ou mesmo para saber se estava delirando. Ele analisa muitas pessoas, e era a pessoa certa para analisar as minhas ideias sobre este tema.
Aluizio concorda e acrescenta que ” por estas razões os mentirosos conseguem enganar aqueles temporariamente mais frágeis emocionalmente e eles acreditam, autorizam, se entregam. Por isto, em algum momento, não adianta mais que nos digam, ou, dependendo de quem diz, não terá mais nenhum efeito”
Ainda segundo Aluizio ” a força não está em quem diz,mas em quem ouve”.
Fiquei aliviada, afinal é um profissional gabaritado acolhendo aquilo que chamo de ” minhas divagações”.
Em relação a quem expressa oralmente seus sentimentos – que não é o tema desse post – não vejo nada demais.
Eu penso que por mais difícil que possa ser, quando damos ao outro este poder, se possível devemos tentar deixar um pouco de lado as emoções, ativar pelo menos um pouco a razão, ficar ali na “janela” de frente a da outra pessoa e, em silêncio, observar.
E ela vai se mostrar
Vai mostrar aquele lado Dr. Jekyll, terno, doce, respeitando seus sentimentos, mas não necessariamente irá te amar.
Ou o lado obscuro, Mr. Hyde, cruel, a imagem de Dorian Grey no retrato, subestimando e até menosprezando.
Em ambos os casos, a despeito de toda a dificuldade, devemos procurar matar o sentimento dentro de nós, ou seja,
cometer “amoricídio”… mas em legítima defesa.